Passo dias tentando saciar a minha vontade de escrever alguma coisa, apesar de não estar sentindo nada que mereça ser escrito, procuro motivos e situações que merecem ser registradas. Caí no esquecimento de saber o que é escrever para me sentir melhor, ou pra tentar mostrar a alguém o que eu sinto. Hoje percebo a adulta que me tornei, estou ocupada demais para sofrer, ocupada demais para fazer coisas que eu não deveria, isso é exatamente o que um dia eu havia desejado.
Meio inconsciente com álcool no organismo e a cabeça latejando, tive ciência de que chegaram, alegria, medo e alívio tomaram conta de mim, aquela criança continua fazendo do meu inferno pessoal a sua maior diversão. Posso ouvir seus passos, sua fala mansa espalhava pelos cômodos do quarto, da cozinha para a escada, da escada para seu quarto temporário, do quarto temporário ao meu banheiro enquanto tomava um banho rápido pós viagem. O barulho da água caindo me trazia paz, quando percebi, já se passaram alguns longos minutos e eu preciso levantar, todos estão espalhados, mas não a vejo em lugar algum.
Beijos, abraços, portas, degraus, vozes de alegria e palavras de boas vindas, estou meio zonzo, ainda assim sei o que fazer e o que falar. No momento preciso vestir uma camiseta, mas onde estão minhas roupas? Subo a caminho do quarto temporário, ciente de quem eu poderia encontrar. Meu coração acelerado grita que a adrenalina continua causando os mesmos efeitos, e então, lá está ela. Assim que atravessei a porta, eu a vi, aparentemente já preparada para com a minha tão esperada presença. Respiro aliviado, a insegurança e medo no seu olhar me deixam mais forte. Ela está tão frágil como não me lembro que seria, mas essa impressão logo passa, ela responde aos meus comprimentos e tenta me segurar, assim que eu digo que ainda estou bêbado, me aconselha a tomar um café e continua a fazer o que estava fazendo antes de eu chegar alí. Permaneço parado ao seu lado, de lado, fingindo vestir a camiseta, ela reage "barriguinha de chopp?", mas não estou aqui pra falar sobre minha barriga.
Seguro seu rosto com as mãos, preciso por força porque ela é escorregadia. Aquele olhar de medo e insegurança voltam pra mim, ela não quer gritar, e eu só quero um beijo. Fecho meus olhos mas ela não, de um lado pro outro, finalmente consegui encostar meus lábios nos seus, mas ela me empurra. Danada. O que estou fazendo? Então convenço ela a me dar um abraço, apenas um abraço, afinal, a trinta segundos atrás estávamos sem graça um olhando pro outro, com um filme correndo na mente de cada um sobre o inferno que fizemos um com o outro por nos gostarmos tanto, desde o primeiro toque. Uma mistura única de sentimentos bons, puros e intensos. O abraço dura alguns segundos a mais, percebo isso ao sentir ela me empurrando mais um vez, tentando esconder seu pescoço recém lavado e perfumado dos meus beijos. Ela grita em silêncio - não toca em mim - e de repente, eu não estou mais alí. Saio correndo, deixando minha criança sentada com coração acelerado e muita raiva de mim, na cama onde ela costumava deitar pra poder estar sob o mesmo teto que eu. Algumas coisas nunca mudam.
Meio inconsciente com álcool no organismo e a cabeça latejando, tive ciência de que chegaram, alegria, medo e alívio tomaram conta de mim, aquela criança continua fazendo do meu inferno pessoal a sua maior diversão. Posso ouvir seus passos, sua fala mansa espalhava pelos cômodos do quarto, da cozinha para a escada, da escada para seu quarto temporário, do quarto temporário ao meu banheiro enquanto tomava um banho rápido pós viagem. O barulho da água caindo me trazia paz, quando percebi, já se passaram alguns longos minutos e eu preciso levantar, todos estão espalhados, mas não a vejo em lugar algum.
Beijos, abraços, portas, degraus, vozes de alegria e palavras de boas vindas, estou meio zonzo, ainda assim sei o que fazer e o que falar. No momento preciso vestir uma camiseta, mas onde estão minhas roupas? Subo a caminho do quarto temporário, ciente de quem eu poderia encontrar. Meu coração acelerado grita que a adrenalina continua causando os mesmos efeitos, e então, lá está ela. Assim que atravessei a porta, eu a vi, aparentemente já preparada para com a minha tão esperada presença. Respiro aliviado, a insegurança e medo no seu olhar me deixam mais forte. Ela está tão frágil como não me lembro que seria, mas essa impressão logo passa, ela responde aos meus comprimentos e tenta me segurar, assim que eu digo que ainda estou bêbado, me aconselha a tomar um café e continua a fazer o que estava fazendo antes de eu chegar alí. Permaneço parado ao seu lado, de lado, fingindo vestir a camiseta, ela reage "barriguinha de chopp?", mas não estou aqui pra falar sobre minha barriga.
Seguro seu rosto com as mãos, preciso por força porque ela é escorregadia. Aquele olhar de medo e insegurança voltam pra mim, ela não quer gritar, e eu só quero um beijo. Fecho meus olhos mas ela não, de um lado pro outro, finalmente consegui encostar meus lábios nos seus, mas ela me empurra. Danada. O que estou fazendo? Então convenço ela a me dar um abraço, apenas um abraço, afinal, a trinta segundos atrás estávamos sem graça um olhando pro outro, com um filme correndo na mente de cada um sobre o inferno que fizemos um com o outro por nos gostarmos tanto, desde o primeiro toque. Uma mistura única de sentimentos bons, puros e intensos. O abraço dura alguns segundos a mais, percebo isso ao sentir ela me empurrando mais um vez, tentando esconder seu pescoço recém lavado e perfumado dos meus beijos. Ela grita em silêncio - não toca em mim - e de repente, eu não estou mais alí. Saio correndo, deixando minha criança sentada com coração acelerado e muita raiva de mim, na cama onde ela costumava deitar pra poder estar sob o mesmo teto que eu. Algumas coisas nunca mudam.